Às vezes somos negligentes
com nossos sentimentos, deixamos nos levar por águas fortes e ao mesmo tempo
profundas. Tantas vezes escolhemos sofrer, acreditando piamente que a dor do
presente, irá se transformar em felicidade... mas não, nada do esperado acontece,
nossas almas, antes claras e puras, são tomadas por sentimentos fétidos,
pútridos, abrindo gigantescas feridas em nossos peitos.
Acreditar em alguém requer
muita confiança... acreditar no sentimento de alguém requer muito amor...
A verdade é que se entregar
de corpo e alma, sem uma “apólice” que assegura o retorno do seu sentimento
pode sair caro... e esse amor, mal compreendido, mal admirado, mal quisto, acaba
por ser o responsável pelos afogamentos das mágoas dos sábados, pelo consumismo
exacerbado de doces dos domingos de manhã, e os soluços compulsivos e
escondidos nas fronhas dos travesseiros nas noites enluaradas.
Amar é uma arte, tanto
dramática quanto romântica, tanto branca como negra... e no fim de tudo, sobra
somente em meu peito, a dor de um amor mal amado, a inquietude das vísceras se estremecendo
em nós e o gosto amargo de um beijo desejado.