Lá estava eu no meu quarto escuro, esta negrura gigante que aflige meus sentimentos, ou será que meus sentimentos que formam essa escuridão? Não sei... Coloquei-me em frente à janela, único ponto em que a luz pode adentrar no recinto. De repente percebo que a janela está suja, imunda, coberta de tanta poeira que fica extremamente difícil enxergar qualquer coisa que esteja lá fora, talvez seja por isso que eu me isolo em meu quarto, nunca enxerguei beleza no mundo exterior.
Ao olhar para o céu, via duas luas. Uma era um tanto convencional, límpida, branca, espelho do sol; a outra era muito maior que a primeira, de um vermelho sangue intenso, cheia de frestas, fendas, feridas, e percebo que a mesma poeira da minha janela, se faz presente nesta lua macabra. Mesmo assim era certamente dificil falar mais coisas, era dificil avistar qualquer coisa com tanto pó incrustado na janela. As flores por exemplo, nunca passaram de borrões de tinta, sem detalhes, sem vida.
Algo realmente me chamou a atenção do lado de fora, pela primeira vez isso aconteceu. Era um encanto? Como conseguia observar tão bem doce encanto? Acredito que foi a sua luz que me fazia te observar tão claramente, era mais forte que a luz de qualquer estrela, irradiando sobre meu quarto, mostrando-me sua beleza. Avivando minha vida, avivando meus sentimentos que pouco a pouco iam se formando.
Era de uma beleza triste, pensamentos tristes, repleta de mistérios. Em um olhar mais sóbrio, consegui perceber quão profunda é sua alma, é como um abismo sem fim, é como o mais profundo dos oceanos, habitado pelo nada, um vazio que dói no peito. Sinto imensa vontade de afagar seu coração, mas como posso chegar até você, se és mar profundo e eu lagoa rasa? Eu não posso adentrar na sua alma, mas você pode adentrar na minha.
Minha respiração começa a se tornar mais e mais ofegante. Imagino cenas, sinto desejo, sinto querer. Meu Deus, porque tantos tormentos agora? Deixa-me aqui, no meu quarto escuro, circundado pelos sentimentos sombrios e débeis que assolam meu espírito. Mas, é triste a constatação, não posso mais ficar isolado em meus aposentos, sua presença se faz indispensável em meus dias.
Ah! Como quero viver esse amor, ser tomado pelas correntezas desse mar bravio, ser desacorrentado dos pudores, sentir sua mão benfazer meu corpo em um toque com intensidade de milhares de toques, sentir sua doce brisa dos campos passando pela minha nuca, receber em mim seu corpo. Como quero ter as minhas coxas entre as suas, sentir o vai e vem dos desejos da matéria, ser tomado pela força dos seus atos, pela profundeza dos seus mares.
Aquece minha alma e alimenta minha carne, rasga o véu da minha inocência, arranca-me os pudores, o falso moralismo. Vem me amar, me querer, me ter em suas mãos, em seus lábios, nos seus quadris. Alimenta minha alma e aquece minha carne, vem proteger-me do mundo, lançar-me ao fogo dos seu anseios. Sinto sede dos seus beijos, vontade do seu peso sobre meu corpo, da ferocidade do amor. Sede animal. Deixa os nossos corpos se encontrarem, nossos sexos se chocarem. Deixa o instinto mostrar os caminhos da felicidade e do prazer.
Vem... pois sem você sou lagoa rasa, pouco profunda, enxuta. Sem você sou vazio que não cessa, sou sentimento inerte, sou debilidade de querer. Vem... faz-me seu. Vem... preenche o vazio da minha alma com a profundeza do seu vazio. Enchemos por fim nossos vazios mistos e conjuntos com amor da carne e do espírito, enfim, chegamos ao clímax.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Medo de não Amar
Tenho medo dessas paixões avassaladoras que chegam sem hora marcada. Não tenho medo de vivê-las, tenho medo que elas acabem assim como chegaram, sem uma despedida, sem um adeus. Mas, se acabam, não eram reais, nem palpáveis, nem coerentes...
Tenho medo dessas paixões avassaladoras que chegam sem hora marcada, mas marcam profundo nas nossas vidas. Dessas paixões que unem dois corpos sem uma certeza de que dará certo. Dessas paixões insanas que levam a questionar toda a ordem do Universo.
Tenho medo de todas as paixões que começam com coelhos, passam por corujas e terminam em pandas. Medo das paixões multicoloridas que colorem os sorrisos, os traços, os afetos. Medo de todas as frases meigas, de todas as risadas sinceras, de pular infinitas vezes de forma marcada de tanta alegria que sinto... No fundo sinto medo de ser Feliz, porque a felicidade exige manutenção, continuidade.
Seria tão mais fácil viver num pontículo inerte a qualquer força, bem no meio do Sombrio espaço... ali não teriam cores, nem corpos, nem paixões, nem felicidade....
O medo nos acovarda, nos põe contra paredes, nos surra, nos mata... Deixa oportunidades passarem como trens que se vão e nunca mais retornam. Por isso escolho a Felicidade, a alegria dos pulos, dos pandas, das corujas e dos coelhos, das paixões multicoloridas, das leis questionadas, dos corpos unidos, das paixões avassaladoras que não sabem marcar hora pra chegar. Escolho viver cada momento e guardá-lo dentro das minhas memórias. Escolho amar incondicionalmente, tanto quanto possa, tanto quanto conseguir... Amar mais do que posso, mais do que consigo.
Escolho ser uma simples libélula em busca de luz... Escolho ser uma simples libélula guiada por uma estrela que não deixa de brilhar e que me levará a tantos lugares quanto forem possíveis, que me mostrará como amar, como sorrir... Escolho ser essa simples libélula, guiada por um único facho de luz, por uma única estrela guia.
Tenho medo dessas paixões avassaladoras que chegam sem hora marcada, mas marcam profundo nas nossas vidas. Dessas paixões que unem dois corpos sem uma certeza de que dará certo. Dessas paixões insanas que levam a questionar toda a ordem do Universo.
Tenho medo de todas as paixões que começam com coelhos, passam por corujas e terminam em pandas. Medo das paixões multicoloridas que colorem os sorrisos, os traços, os afetos. Medo de todas as frases meigas, de todas as risadas sinceras, de pular infinitas vezes de forma marcada de tanta alegria que sinto... No fundo sinto medo de ser Feliz, porque a felicidade exige manutenção, continuidade.
Seria tão mais fácil viver num pontículo inerte a qualquer força, bem no meio do Sombrio espaço... ali não teriam cores, nem corpos, nem paixões, nem felicidade....
O medo nos acovarda, nos põe contra paredes, nos surra, nos mata... Deixa oportunidades passarem como trens que se vão e nunca mais retornam. Por isso escolho a Felicidade, a alegria dos pulos, dos pandas, das corujas e dos coelhos, das paixões multicoloridas, das leis questionadas, dos corpos unidos, das paixões avassaladoras que não sabem marcar hora pra chegar. Escolho viver cada momento e guardá-lo dentro das minhas memórias. Escolho amar incondicionalmente, tanto quanto possa, tanto quanto conseguir... Amar mais do que posso, mais do que consigo.
Escolho ser uma simples libélula em busca de luz... Escolho ser uma simples libélula guiada por uma estrela que não deixa de brilhar e que me levará a tantos lugares quanto forem possíveis, que me mostrará como amar, como sorrir... Escolho ser essa simples libélula, guiada por um único facho de luz, por uma única estrela guia.
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