quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Rael - O pequeno cavaleiro do amor
Numa estrada comprida, que saia da pequena província de Calamares e ia para a grandiosa cidade de Calvaga, o pequeno cavaleiro cumpria sua jornada sepulcral, em busca do algoz de sua amada Clara, prometendo no momento que encontrasse este desprezível facínora, cravar sua espada em seu coração e honrar seu amor...
Rael, o pequeno cavaleiro, tinha em torno de 16 anos, não era muito alto, possuía uma frondosa cabeleira cor de madeira em chamas que se parecia com a de seu pai, Sir Samuel de Calamares e os olhos verdes herdados de sua mãe a bondosa Selena. Rael não conhecera seu pai, antes mesmo de começar a andar, Sir Samuel foi para uma das guerras santas para proteger o impiedoso Duque de Calvaga e morrera numa luta nunca antes vista contra o exército das Ilhas Malilenas. Do pai o pequeno cavaleiro somente ouvira as histórias de valentia e bravura, onde seu ídolo guerreou contra guerreiros monstruosos que ganharam dos Deuses o poder de mil homens.
Fora criado por sua mãe, de forma humilde e desde muito cedo era nítida a vontade que crescia cada vez mais dentro de seu coração, de se tornar cavaleiro tal qual seu mártir, vencer guerras em nome de sua pátria, porém quando conhece Clara, seu coração explode de felicidade, deixa de lado seu sonho de se igualar ao pai e pensa em ficar com sua amada eternamente, logo as guerras perdem importância em sua vida e seu treinamento para cavaleiro fora deixado de lado.
Com dezesseis anos, Rael ainda juntava ouro para realizar seu casamento, através de seu trabalho honesto no campo. Clara crescera, agora com quinze anos, era a garota mais bonita da pequena cidade de Calamares, era magra, alta, de longos cabelos negros da cor da noite, da pele macia como avelã e seu maior sonho era casar-se com Rael, amá-lo da forma mais intensa, honrá-lo, ajudá-lo em tudo em nome de sua paixão.
Uma vez, ainda quando enamorados, se encontraram na maior e mais bonita figueira, nesta ocasião fizeram seus votos de fidelidade e marcaram na madeira da frondosa árvore, o símbolo mair do amor dos dois:
- Clara Maria, luz maior de todas as manhãs, a mais bela de todas as flores de Deus, prometo a ti, perante o Pai, amar-te durante cada suspirar de vida que der, te abrigar do frio da solidão, ser fiel durante todos os momentos, cuidar e zelar por ti independente da situação em que nos encontrar-nos e fazer o possível e o impossível para a fazer feliz - disse Rael com ternura.
- Rael de Calamares, meu bem, meu amor, minha vida, prometo a ti, perante o Pai, amar-te hoje, amanhã e sempre, ser fiel durante todos os momentos, te apoiar em cada decisão que tomar, entregar-lhe toda minha vida, cuidar e zelar por ti independente da situação em que nos encontrar-nos e fazer o possível e o impossível para te fazer feliz - falou Clara com o rosto corado.
O amor dos dois era realmente um dos mais puros já vistos, era linda a forma como se amavam, se gostavam e desejavam ser felizes juntos, porém o sonhos dos dois nunca iria se concretizar.
Numa manhã de dezembro em pleno inverno, a neve caia sobre as copas das árvores, sobre o tetos das casas, transformando a paisagem na mais linda já vista em muitos anos. Rael se embrenhara na floresta em busca de lenha para o fogão, deixando Clara sozinha. Pelas redondezas da casa, cercando-a, o mais brutal assassino espreitava de longe a beleza da formosa moça que fazia tricô na cozinha esperando seu marido voltar para fazer o almoço. Sem mais delongas o assassino invade a casa, e com uma adaga longa corta o pescoço de Clara e em seguida enfinca-a na barriga da moça. O sangue espalhou-se rapidamente por todo o comodo e com o próprio sangue da pequena Clara o cruel facínora deixa sua mensagem: " A dor se paga com dor, o sangue se paga com sangue".
Quando Rael volta para casa, despenca em choro e choque por ver sua amada desfalecida em sua frente, não pensa em mais nada, tão somente acabar com o desgraçado que tirou a única coisa que lhe importava na vida. Como se mil alfinetes lhe espetassem o coração, cavou o túmulo da pessoa mais importante da sua vida. Chorou durante aquele dia inteiro, clamando a Deus acordar de um pesadelo, salvá-lo da total perdição. Quando nenhuma lágrima mais escorria pela sua face, decidiu vingar a morte da sua amada. Adentra na casa, lê a mensagem do desprezível algoz de sua amada, pega a espada de seu pai, a qual guardou todos esses anos com muito carinho e parte pela estrada que unia sua cidade natal com a de Cavalga.
Enquanto trilhava o caminho, seu pensamento remetia o tempo bom que passara com Clara, o momento em que se conheceram, o namoro, o voto de fidelidade que fizeram na figueira robusta, a qual se encontrava justamente entre os dois reinos. Quando chegou na figueira, Rael não consegue segurar suas emoções e se põe a chorar novamente pela morte de sua amada, se responsabilizando pelos acontecimentos, afinal, acreditava que se estivesse lá defenderia sua pequena de todos os perigos assim como fez em seu voto. Ele senta na frente da figueira, e mesmo cheia de neve e totalmente diferente de como se lembrava na primavera, o pequeno símbolo de amor desenhado na madeira da árvore ainda estava lá e representava a pureza da união dos dois.
Naquele instante, o brutal assassino de sua amada veio em sua direção e gritou:
- É bom, não é? Quando perdemos a pessoa que mais amamos.
- Desgraçado, você me tirou tudo, as cores desbotaram, a vida já não me importa mais e a única coisa que me consola é que quando tirar esta espada da bainha você vai estar morto - Disse Rael exaltando a espada de seu pai.
- Por essa espada que carrega, nunca morrerei. Foi com esta espada que seu pai Sir Samuel matou toda a minha família e hoje os vigarei , matando o filho do carrasco daqueles que um dia amei - gritou o assassino já com sua espada em punhos.
Logo começaram um duelo de espadas, onde somente se ouvia o estridente som das espadas se chocando. O ódio dos dois cada vez os motivava mais, porém Rael, depois de todos esses anos sem treinamento não possuía mais tanta prática no empunhar da espada. Quando Rael se desequilibra, o facínora aproveita para tirar a espada dele, a empunha e com a espada de Sir Samuel, mata o pequeno cavaleiro enfincando a arma em seu coração.
O algoz de Clara e agora também de Rael dá uma longa e alta gargalhada, vira as costas e desaparece em meio a nevasca que agora se intensificara.
E a espada reluzente fincada no peito do pequeno cavaleiro, fez pulsar seu coração de uma maneira que nunca havia sentido. Quase sem forças a única coisa que fazia era sussurrar a frase:
- " Clara, perdão".
E antes de seu ultimo suspirar, Rael, o pequeno cavaleiro do amor, ouve uma voz muito semelhante com a de Clara Maria:
- " Não peça perdão Rael, nos encontraremos em breve e poderemos nos amar por toda a eternidade".
Lapidado Coração
Nas poucas horas restantes de sanidade,
Minha alma agoniza dores insuportáveis
Que correm pelo meu corpo fingindo morte,
E morrem no sofrimento do coração.
Já entristecido sepulto a felicidade
E embora confuso a vil lagrima escorre
Pela minha face escrava das emoções
No sentimento fúnebre que paira no ar.
Enterro enfim a chave que abre meu amor
Escondo as tolas e estúpidas crendices
Me entrego de corpo e alma ao fim das escolhas
E chego a lápide escrita meu coração.
Minha alma agoniza dores insuportáveis
Que correm pelo meu corpo fingindo morte,
E morrem no sofrimento do coração.
Já entristecido sepulto a felicidade
E embora confuso a vil lagrima escorre
Pela minha face escrava das emoções
No sentimento fúnebre que paira no ar.
Enterro enfim a chave que abre meu amor
Escondo as tolas e estúpidas crendices
Me entrego de corpo e alma ao fim das escolhas
E chego a lápide escrita meu coração.
domingo, 19 de agosto de 2012
Desprezo.
Meu coração sangra toda vez que me despreza,
E das fontes claras, somente peço amor,
Se minh'alma não estivesse descoberta,
O branco bonito seria a minha cor.
Recorta as dores do meu peito,
Faz colagem com o resto,
Nas labaredas do fogo eterno
Dissemina a dor como remédio.
E novamente me despreze
Das culpas e mágoas que carrego
Impregnado na ígnea pedra virgem
Coloque a culpa no seu tédio.
E me despreze novamente
E fuja do meu gostar
Só não reclame se enfim
Um dia parar de te amar.
E das fontes claras, somente peço amor,
Se minh'alma não estivesse descoberta,
O branco bonito seria a minha cor.
Recorta as dores do meu peito,
Faz colagem com o resto,
Nas labaredas do fogo eterno
Dissemina a dor como remédio.
E novamente me despreze
Das culpas e mágoas que carrego
Impregnado na ígnea pedra virgem
Coloque a culpa no seu tédio.
E me despreze novamente
E fuja do meu gostar
Só não reclame se enfim
Um dia parar de te amar.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Filosofando sobre a vida.
Diz o povo que a vida é fácil de ser vivida. Pois bem, não acredito nesta história... A vida é tão complexa que se fôssemos tentar entender tudo o que ela exala, seriam necessárias muitas, mas muitas vidas para começar a compreender esse divino mistério. Sempre será mais fácil filosofar sobre ela, como os antigos filósofos faziam, como os poetas pretendem e como a arte mostra.
A felicidade não é deste mundo... Seria um aviso? Não sei. Ainda vivi pouco se comparado com os anciões das aldeias, com os senhores da experiência e neste momento sinto que é muito difícil caminhar nesta terra, pois ela muitas vezes nos testa e tantas outras nos engole. Mas algo aprendi em tão pouco tempo de estada nesta morada, fomos feitos e refeitos para nos superarmos, para superarmos nossos medos e concertar os erros que cometemos.
A evolução nos permite trabalhar nossa vida, ainda que seja árduo vivê-la. Dessa forma podemos correr e sentir a boa brisa deslizar por nossa face, por nossos cabelos, pois se criarmos a causa, com certeza, o efeito virá.
Nenhuma barreira poderá nos deter se a nossa determinação for forte o bastante para ultrapassá-la, nenhuma situação é permanente, então mesmo com dificuldades no caminho, temos, precisamos ser fortes para não estagnar na fronte da criação.
E no fim, quando acaba-se de filosofar sobre a vida árdua, sofrida, que porém pode e deve ser transformada, percebe-se que ela é linda, como a orquídea que ilumina o ambiente, como o pardal que alegra o dia, como as firmes raízes das frondosas árvores que nunca caem. E tudo que fora filosofado, se esvai no nascer de um novo dia.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Pecados da vida.
As suas unhas frágeis
Correm pelo meu corpo
E abrem buracos em minha carne.
Elas quebram, sangram
Demonstrando a fraqueza de sua alma.
Sua matéria entristecida
É deposta no palco da vida,
Onde se julgam as falhas
Dos pobres que não sabem
Como é triste o silêncio.
E sob teu manto escarlate
Sua pele seminua,
Rompe a inocência do meu bel-prazer.
Caindo do céu
As maravilhas da Terra,
Onde almas penadas
Ainda sofrem as consequências
Dos pecados da vida.
Correm pelo meu corpo
E abrem buracos em minha carne.
Elas quebram, sangram
Demonstrando a fraqueza de sua alma.
Sua matéria entristecida
É deposta no palco da vida,
Onde se julgam as falhas
Dos pobres que não sabem
Como é triste o silêncio.
E sob teu manto escarlate
Sua pele seminua,
Rompe a inocência do meu bel-prazer.
Caindo do céu
As maravilhas da Terra,
Onde almas penadas
Ainda sofrem as consequências
Dos pecados da vida.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Menina..
Menina, onde você está?
Seria no sorrir da lua?
Ou no mais profundo dos oceanos?
Seria no mais verde dos campos?
Ou será que está na mais deserta das ilhas?
Menina,
Seu olhar me fascina,
Assim como tudo em ti!
E dos seus olhos brilhantes,
Lembro-me daquela noite estrelada.
Seu rosto, seu sorriso,
A tudo que tens,
Menina doce,
Doce vida,
Doce menina!
http://mundiverso.wordpress.com/2008/08/15/o-olhar/
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