segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amor de primavera


As lágrimas caem
Na primavera.
Quem dera
Se fossem tão belas.
Morrem as rosas
De tanto olhar
Para a paixão
Que não está
Do lado correto, 
No dia certo,
Na ponte escolhida,
Nos versos complexos.

Ah! o amor,
Sentimento incerto,
Leva paixões
Do beijo ao sexo.

Tua rima é sempre bonita,
Me perco no seu olhar,
As flores colorem meu dia,
Desejo te encontrar.
Mas o frio chegou
E com ele vem a dor
De perder o meu amor,
Acabou a minha primavera.

Ah! o amor,
Sentimento incerto,
Leva paixões
Do beijo ao sexo.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Longe das cintilações...

Lá longe das fronteiras do aceitável socialmente, longe dos faróis e faroletes, longe das pontes e construções, sinto-me em paz. A brisa macia acaricia meu rosto e a luz do luar refletida pelo mar faz pequenas cintilações chamando a atenção dos meus olhos.
A história se repetia mais uma vez, as pedras rolavam por entre o desfiladeiro, chegando enfim a praia deserta do meu refugio pessoal. Respira, expira... mas por algum motivo estranho, a figura feminina da delicada rosa pequena não sai da minha mente, quem dirá da minha alma.
Com as dores e pancadas estridentes que se faziam dentro da minha caixa cerebral, não podia mais pensar... meu refúgio natural esvaia pelas minhas mãos, pois sua poesia não fazia-me mais viajar pelas grades da canção bonita que esperava conquistar.
Minha pequena rosa se foi, pelo buraco entre meus dedos, escorreu-se sua alma, sua pele, minha felicidade. Ah! escolha incerta, com triste final. Acompanha-me pela vida inteira ou o restar de sua estada morada terrestre, pois levarei o mais puro amor, o mais puro desejo, o mais puro beijo, e dos meus lábios ainda molhados pelo sangue da queda e do fim escorre-se pela fina areia da praia que antes deserta, agora era ocupada pelo sujeito único... Eu...

Como dito, pequenas cintilações ainda se fazem em meu olhar, o qual cada vez que pisco fica mais embaçado, e mais embaçado, e mais embaçado...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Amor em Versos.

Os meus desejos, incertos, insanos,
Das armadilhas do tempo, do toque, distante,
Eu sou um louco, descrente, amante,
Que procura a vida, somente um instante.
Faz-me rir, faz-me ser,
O não fui, o querer,
Diz que já foi, que tu és,
Mas e depois do amar e sofrer,
Dizer não a dor,
Gritar e chorar,
Por amor.

Peço silêncio, um tempo,
Instante em que o tempo parou,
De contar os badalos do sino,
De compor as tragédias de amor.
Se eu sou o teu cravo, tua rosa,
Eu sou seu escravo em prosa,
Componho a tua poesia,
Sua rima de todo dia.

Eu sou o bem,
Você é o bem,
Nós somos o bem,
Contra a dor.
De hoje não passa,
De tanta desgraça,
Sofrer as maldades,
Do amor.

A dádiva do amor.


Menina dos olhos de mel,
Se põe no meio da roda,
Pareces minha rapunzel,
É doce clarear da aurora.
Aurora és o teu nome,
Morena que bem me quer,
Se banha na água doce,
Pequena, menina, mulher.

Pareces que fora outrora,
Primeira vez que lhe vi,
Sambando na roda morena,
Pra ti fora que eu pedi,
Morena se case comigo,
Lá perto as ondas do mar,
Lhe entrego esta aliança,
Com as benção de Iemanjá.

Eu sou, eu sou,
O amor, o amor.

Corre, corre sabiá,
Vai achar Iemanjá,
Leve a ela rosa branca,
Alfazema pra perfumar,
Fale a ela sabiá,
Que lhe tenho um pedido,
Que o meu amor dure tanto,
Quanto o mar e o infinito.

Sofrer da vida


Ah! O sofrer,
Sofrimento desatina na carne,
Ainda prematuro, romper de inocência,
Sonda maldade e despudor,
Corrói alma e desatina doença,
Sofre tudo, a toda hora,
Fere luz que vive interior,
Lança crucial, cravada no peito,
Espada flamejante de corte indolor.
Vida, vive, viver da carne,
Vida, vive, viver da alma,
Sois prisão da forma de espírito,
Lançada em vida de forma errada,
Sofres que o sofrer faz parte deste mundo,
Supera com força o todo e o tudo,
Somos o despertar da alma,
Acordar da vida,
Amor que excede a perda,
Que vive em todos de forma verdadeira,
Ama, a ti e aqueles que lhe cercam,
Supera os medos, a dor dos que se apegam,
Somos um mundo, que o impulsiona a vitória,
Suspirar profundo,
Ferida que dói e vai embora.

"Avua" Passarinho


Pássaro azul, sob o céu de estrelas, voa pelo mar brilhante, luzes que reluzem, enaltecendo a sutileza da noite.

 Menino pequeno, pobre garoto, consumido pela pobreza, no mundo de sofrimento, longe das fortalezas e perto dos sertões. Vive diariamente com a seca, falta água, sede mata, fere corpo, fere alma. Mesmo com falta de tudo, a poesia corria pelas veias do menino, sobrava esperança, pulsava vida, era um pequeno poeta, fazia graça com sua história, ria alto das suas peripécias. Num momento era rei, no outro astronauta, não lia, nem escrevia, mas falava e isso lhe bastava.

Andando pela estrada de terra, que ligava sua casa à mercearia da cidade, viu um pássaro azul, voando por entre as nuvens, isto bastara ao menino que, inspirado pela visão da natureza, logo disse ao vento que levou sua mensagem ao passarinho:





- "Avua" passarinho, livre da perdição do mundo "cruér",
"Avua" passarinho, tão belo da cor do céu.
Sorria passarinho, se um dia for como "ocê",
Seria passarinho, feliz por enfim poder viver.

domingo, 22 de julho de 2012

Margaridas batem a porta

Na noite escura, o breu toma conta das minhas angústias,
Não vejo o céu, não vejo o mar,
Sinto-me sufocado, sem saída, sem lar.
Corro minhas mãos pela madeira que me cerca,
Unhas que quebram, cheiro de terra.

Aos poucos pedaços de minhas lembranças
se fazem presentes em minha mente,
Choro, soluços, cansaço.

Ainda temeroso, sinto o puro e doce cheiro das margaridas,
Lembro-me da minha infância no campo sem fim,
Fecho os olhos, o medo desaparece.

Margaridas batem à porta, me fazem sorrir,
A morte se faz presente, meu corpo fica ausente.

Fim de laços, fim da vida,
E lá ficam as margaridas,
Sinto mais uma vez seu doce cheiro,
Levo em mim a lembrança,
E deixo na terra meu desespero.

Pesar da terra

Como és pesado, oh! mundo,
Dimensões gigantescas, és feito,
Arqueiam minhas costas perante ti,
És fonte e casa da vida,
Abriga-nos hoje e após a morte.
Ah! mundo imenso, faz-me ser pequenino,
Tal qual o pequeno menino,
Que longe de ti, fizera estes versos,
Voltou a ti, ao chão da terra,
Onde semeara, o trigo que será farinha,
O pão dividido a cada dia.
Ilumina-nos, oh! grandioso celeste,
Expandindo suas luzes,
Livrando-nos do frio.
Como és pesado, oh! mundo,
Disseram-nos, mundo de ilusões,
Passageiras, ser-lhe-ão,
Faz da Terra a morada,
Do velho, do jovem e do são.
Corrido, o tempo nos é tirado,
Da vida, do traço, ode ao bom menino,
Carinho da terra, do chão, sozinho.
Faça novamente teu encanto esplendor,
Das terras brasileiras, as quais verto tanto amor.
Longínquas eras de bem com o mundo,
Faça da Terra seu bem profundo.
Como és pesado, oh! mundo,
Como és pesado, oh! mundo.

Tristeza se faz em meu peito e felicidade é o que me espera...


Sinto um vazio em meu peito,
Vontade de largar o que me resta.
Sei que o final somente é feito,
Após passar do fator promessa.


A dor que estapeia minha face
É feita de inabilidade,
Conjunção do que é inábil,
Com a preposição da verdade.


Amargurar-me com a solidão
Não é a luz da qual preciso.
Sonhar com outra vida,
Somente traz dor e prejuízo.


Me apego com um objetivo,
Rota traçada no mapa que desenhei.
Estas palavras me trazem alívio,
Morfina que cessa as dores de que falei.


És tão cruel, oh! doce destino,
Pareces amigo, tal qual meu inimigo.


Caminho feito com trapos,
É a imagem do meu agora,
Feliz fico de imaginar,
A vida que me espera,
No fim da estrada sem volta.

"Destrói os males que me cercam"

Feixe de luz divino e sagrado,
Rompe as barreiras do profano,
Adentra em meu quarto,
À procura das sombras,
Presentes nos cantos obscuros,
Cercados do nada,
Que do nada causavam dor.
Sentimento estranho,
Presente em meu peito,
Chora lágrimas perdidas,
Do tempo desconhecido,
Da hora inalcançada,
Derramam flores os polens,
Que polinizam nosso jardim,
Figura estranha, causadora de estranhamento,
Dilui-se pelo feixe,
Presente na vida.
Somos agora dois,
Mais tarde seremos três,
Faz das grutas, cavernas,
Dos vales, florestas,
Das águas, bebidas,
E do amor, promessa.


Dorme agora,
Mais tarde não terá lembranças,
Episódio este passará,
Pelo sonho que tivera,
Antes de rezar.

Toda criança tem direito...


Num dia frio, ao passar pela estrada,
Vejo uma criança, triste e mal-amada,
Um anjo de Deus, a procura de carinho,
Sem la e sem comida, sem direito a um sorriso.
Largada como algo, um troço ou objeto,
Invisível ao mundo. Que fazia sem um teto?
A forma que esperava, por um pouco de amor,
Foi a forma que encontrara, para sentir-se com calor.

Nada no mundo é tão cruel,
Como ser uma criança, somente no papel,
Pois, se é que a vida um dia ajudará,
A pobre criança, que na estrada ficará,
Até a morte gélida, com ela por fim esbarrar.

Toda criança tem direito a vida,
Ser feliz, vinte e quatro horas por dia,
Ter uma cama quente e macia,
Ter o seu quarto e o amor de uma família,
Toda criança é uma anjo de Deus,
Que o Pai manda à Terra, não para sofrer,
Não para chorar, não para não ter,
Direito à vida, direito de amar.

Pois quando chega neste mundo,
Tem certeza que um dia importante será,
Encontra nos pais amor profundo,
Toda criança tem direito a vida e direito de amar.

Um homem pode sonhar em ter tudo...

Um homem pode sonhar em ter tudo,
Ter seu destino na palma das mãos,
Ter sucesso na vida, riquezas e prosperidade,
Ser o protagonista de sua própria peça.


Um homem pode escolher os caminhos que quer seguir,
Por honra e por brio,
Desafiar a si mesmo e melhorar sempre,
Com coragem e força.


Um homem chega ao fim da vida,
E enxerga o caminho que traçou,
A realização dos seus sonhos,
A conquista do seu destino.


Um homem pode sonhar em ter tudo,
E compreender que a vida não é feita só pra si,
O mesmo homem, não seria nada,
Se o fruto de seu amor não fosse,
A mão da mulher amada.