segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Falso Amor

Meu coração é fonte que não seca,
Minha paixão é amor que não se finda.
Tão louco és belo poeta,
Tão louca és minha poetisa.

Em brumas embalsamadas
Pensamento será razão
Embebida de dor funesta,
Da vida que não me resta,
Do amor que me faz vão.

Solene em passos pequenos,
Com medo da entrega total,
Corrói meu ser com veneno
Na carne do jovem mortal.

Enfim do amor puro
Ficara a putridez do ser,
Em que não me resta mais a vida,
Em que o amor somente enfinca,
As dores do não ter.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Não Desanimes!

Se a labuta firme é sinal de desânimo,
Pede a Jesus, a força que lhe tira do desengano,
Se afirmas serdes merecedor da desgraça,
Confia em Deus, em teu amor, tua graça,
Se a felicidade é por demais lhe esquecida,
Orai, com firmeza aos guias da vida
Para elevar-lhe a mente pessimista,
Rogai ao Pai, sua força divina,
Se pensas tão logo em desistir,
Não deixe a maldade em ti agir.

Transforma a vida, amando aos céus,
Transforma a ti, honrado e fiel,
Ama-te a todo instante,
Felicita o bem com a tua graça,
Rompe o fel que em ti habitas,
Ama a Deus, Pai da vida,
Se ainda sim, tremes de medo,
Confia em Jesus, para sair do teu desespero.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Desamor


Se for claro o azul estrelado
Rompe aurora o céu malgradado
Cavando no peito ferida intensa
O amor escolhido tão logo enfado.

Sofrimento enfim corroído
E escarrado na cara da vida
Jogado ao fim de antiga premissa
Surrado e gasto, tristeza infinita,

Arranca esse amor tão falso finito
E esqueça das dores do amor perdido
Sendo caro o suposto esquecido
Ah! Amor desgraçado e filho daquilo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A morte da Rosa

As sombras pecaminosas
Da flora tão obscura
Suprimem a luz da Rosa
Rompendo suas suturas.
Corroendo o triste ímpeto
Da tristonha desbotada
Rosa, somente rosada,

E deixam a Rosa à míngua
Morrendo de forma pura
Decomposta pelo vento
Perecendo com murmuria
Sangrando a vermelhidão
Como da infeliz rósea
Intrínseca desgraça.

Com um lúgubre aspecto
Sem mais como viver,
A morte muda da rosa
Tão cedo a fez descrer,
Na certeza de que a vida
Pra ela demais esquecida
Foi a agrura desmerecida.

A morte da Rosa linda.


 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Triste surpresa

Me sinto o pior dos crápulas,
Quando junto com você
Não declamo o mais puro
Gostar que sinto.
Sou a tristeza profunda,
Guardada em meu âmago
Que anda por meu coração
E o espeta como uma foice.
As mágoas amigas
Que afogam o amor
E dizem sofrer
Como sofro por você
E na clara manhã
Do dia mais lindo
Parece-me nublado
Um triste ensolarado.
No fim, sutilmente
A lágrima macia 
Contorna minha face
E do amor tão formoso
A tristeza também faz parte.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Rael - O pequeno cavaleiro do amor


Numa estrada comprida, que saia da pequena província de Calamares e ia para a grandiosa cidade de Calvaga, o pequeno cavaleiro cumpria sua jornada sepulcral, em busca do algoz de sua amada Clara, prometendo no momento que encontrasse este desprezível facínora, cravar sua espada em seu coração e honrar seu amor...

Rael, o pequeno cavaleiro, tinha em torno de 16 anos, não era muito alto, possuía uma frondosa cabeleira cor de madeira em chamas que se parecia com a de seu pai, Sir Samuel de Calamares e os olhos verdes herdados de sua mãe a bondosa Selena. Rael não conhecera seu pai, antes mesmo de começar a andar, Sir Samuel foi para uma das guerras santas para proteger o impiedoso Duque de Calvaga e morrera numa luta nunca antes vista contra o exército das Ilhas Malilenas. Do pai o pequeno cavaleiro somente ouvira as histórias de valentia e bravura, onde seu ídolo guerreou contra guerreiros monstruosos que ganharam dos Deuses o poder de mil homens.

Fora criado por sua mãe, de forma humilde e desde muito cedo era nítida a vontade que crescia cada vez mais dentro de seu coração, de se tornar cavaleiro tal qual seu mártir, vencer guerras em nome de sua pátria, porém quando conhece Clara, seu coração explode de felicidade, deixa de lado seu sonho de se igualar ao pai e pensa em ficar com sua amada eternamente, logo as guerras perdem importância em sua vida e seu treinamento para cavaleiro fora deixado de lado.

Com dezesseis anos, Rael ainda juntava ouro para realizar seu casamento, através de seu trabalho honesto no campo. Clara crescera, agora com quinze anos, era a garota mais bonita da pequena cidade de Calamares, era magra, alta, de longos cabelos negros da cor da noite, da pele macia como avelã e seu maior sonho era casar-se com Rael, amá-lo da forma mais intensa, honrá-lo, ajudá-lo em tudo em nome de sua paixão.

Uma vez, ainda quando enamorados, se encontraram na maior e mais bonita figueira, nesta ocasião fizeram seus votos de fidelidade e marcaram na madeira da frondosa árvore, o símbolo mair do amor dos dois:

- Clara Maria, luz maior de todas as manhãs, a mais bela de todas as flores de Deus, prometo a ti, perante o Pai, amar-te durante cada suspirar de vida que der, te abrigar do frio da solidão, ser fiel durante todos os momentos, cuidar e zelar por ti independente da situação em que nos encontrar-nos e fazer o possível e o impossível para a fazer feliz  - disse Rael com ternura.

- Rael de Calamares, meu bem, meu amor, minha vida, prometo a ti, perante o Pai, amar-te hoje, amanhã e sempre, ser fiel durante todos os momentos, te apoiar em cada decisão que tomar, entregar-lhe toda minha vida, cuidar e zelar por ti independente da situação em que nos encontrar-nos e fazer o possível e o impossível para te fazer feliz - falou Clara com o rosto corado.

O amor dos dois era realmente um dos mais puros já vistos, era linda a forma como se amavam, se gostavam e desejavam ser felizes juntos, porém o sonhos dos dois nunca iria se concretizar.

Numa manhã de dezembro em pleno inverno, a neve caia sobre as copas das árvores, sobre o tetos das casas, transformando a paisagem na mais linda já vista em muitos anos. Rael se embrenhara na floresta em busca de lenha para o fogão, deixando Clara sozinha. Pelas redondezas da casa, cercando-a, o mais brutal assassino espreitava de longe a beleza da formosa moça que fazia tricô na cozinha esperando seu marido voltar para fazer o almoço. Sem mais delongas o assassino invade a casa, e com uma adaga longa corta o pescoço de Clara e em seguida enfinca-a na barriga da moça. O sangue espalhou-se rapidamente por todo o comodo e com o próprio sangue da pequena Clara o cruel facínora deixa sua mensagem: " A dor se paga com dor, o sangue se paga com sangue".

Quando Rael volta para casa, despenca em choro e choque por ver sua amada desfalecida em sua frente, não pensa em mais nada, tão somente acabar com o desgraçado que tirou a única coisa que lhe importava na vida. Como se mil alfinetes lhe espetassem o coração, cavou o túmulo da pessoa mais importante da sua vida. Chorou durante aquele dia inteiro, clamando a Deus acordar de um pesadelo, salvá-lo da total perdição. Quando nenhuma lágrima mais escorria pela sua face, decidiu vingar a morte da sua amada. Adentra na casa, lê a mensagem do desprezível algoz de sua amada, pega a espada de seu pai, a qual guardou todos esses anos com muito carinho e parte pela estrada que unia sua cidade natal com a de Cavalga.

Enquanto trilhava o caminho, seu pensamento remetia o tempo bom que passara com Clara, o momento em que se conheceram, o namoro, o voto de fidelidade que fizeram na figueira robusta, a qual se encontrava justamente entre os dois reinos. Quando chegou na figueira, Rael não consegue segurar suas emoções e se põe a chorar novamente pela morte de sua amada, se responsabilizando pelos acontecimentos, afinal, acreditava que se estivesse lá defenderia sua pequena de todos os perigos assim como fez em seu voto. Ele senta na frente da figueira, e mesmo cheia de neve e totalmente diferente de como se lembrava na primavera, o pequeno símbolo de amor desenhado na madeira da árvore ainda estava lá e representava a pureza da união dos dois.

Naquele instante, o brutal assassino de sua amada veio em sua direção e gritou:

- É bom, não é? Quando perdemos a pessoa que mais amamos.

- Desgraçado, você me tirou tudo, as cores desbotaram, a vida já não me importa mais e a única coisa que me consola é que quando tirar esta espada da bainha você vai estar morto  - Disse Rael exaltando a espada de seu pai.

- Por essa espada que carrega, nunca morrerei. Foi com esta espada que seu pai Sir Samuel matou toda a minha família e hoje os vigarei , matando o filho do carrasco daqueles que um dia amei - gritou o assassino já com sua espada em punhos.

Logo começaram um duelo de espadas, onde somente se ouvia o estridente som das espadas se chocando. O ódio dos dois cada vez os motivava mais, porém Rael, depois de todos esses anos sem treinamento não possuía mais tanta prática no empunhar da espada. Quando Rael se desequilibra, o facínora aproveita para tirar a espada dele, a empunha e com a espada de Sir Samuel, mata o pequeno cavaleiro enfincando a arma  em seu coração.

O algoz de Clara e agora também de Rael dá uma longa e alta gargalhada, vira as costas e desaparece em meio a nevasca que agora se intensificara.

E a espada reluzente fincada no peito do pequeno cavaleiro, fez pulsar seu coração de uma maneira que nunca havia sentido. Quase sem forças a única coisa que fazia era sussurrar a frase:

- " Clara, perdão".

E antes de seu ultimo suspirar, Rael, o pequeno cavaleiro do amor, ouve uma voz muito semelhante com a de Clara Maria:

- " Não peça perdão Rael, nos encontraremos em breve e poderemos nos amar por toda a eternidade".

Lapidado Coração

Nas poucas horas restantes de sanidade,
Minha alma agoniza dores insuportáveis
Que correm pelo meu corpo fingindo morte,
E morrem no sofrimento do coração.

Já entristecido sepulto a felicidade
E embora confuso a vil lagrima escorre
Pela minha face escrava das emoções
No sentimento fúnebre que paira no ar.

Enterro enfim a chave que abre meu amor
Escondo as tolas e estúpidas crendices
Me entrego de corpo e alma ao fim das escolhas
E chego a lápide escrita meu coração.

domingo, 19 de agosto de 2012

Desprezo.

Meu coração sangra toda vez que me despreza,
E das fontes claras, somente peço amor,
Se minh'alma não estivesse descoberta,
O branco bonito seria a minha cor.

Recorta as dores do meu peito,
Faz colagem com o resto,
Nas labaredas do fogo eterno
Dissemina a dor como remédio.

E novamente me despreze
Das culpas e mágoas que carrego
Impregnado na ígnea pedra virgem
Coloque a culpa no seu tédio.

E me despreze novamente
E fuja do meu gostar
Só não reclame se enfim
Um dia parar de te amar.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Filosofando sobre a vida.


Diz o povo que a vida é fácil de ser vivida. Pois bem, não acredito nesta história... A vida é tão complexa que se fôssemos tentar entender tudo o que ela exala, seriam necessárias muitas, mas muitas vidas para começar a compreender esse divino mistério. Sempre será mais fácil filosofar sobre ela, como os antigos filósofos faziam, como os poetas pretendem e como a arte mostra.


A felicidade não é deste mundo... Seria um aviso? Não sei. Ainda vivi pouco se comparado com os anciões das aldeias, com os senhores da experiência e neste momento sinto que é muito difícil caminhar nesta terra, pois ela muitas vezes nos testa e tantas outras nos engole. Mas algo aprendi em tão pouco tempo de estada nesta morada, fomos feitos e refeitos para nos superarmos, para superarmos nossos medos e concertar os erros que cometemos.


A evolução nos permite trabalhar nossa vida, ainda que seja árduo vivê-la. Dessa forma podemos correr e sentir a boa brisa deslizar por nossa face, por nossos cabelos, pois se criarmos a causa, com certeza, o efeito virá.


Nenhuma barreira poderá nos deter se a nossa determinação for forte o bastante para ultrapassá-la, nenhuma situação é permanente, então mesmo com dificuldades no caminho, temos, precisamos ser fortes para não estagnar na fronte da criação.


E no fim, quando acaba-se de filosofar sobre a vida árdua, sofrida, que porém pode e deve ser transformada, percebe-se que ela é linda, como a orquídea que ilumina o ambiente, como o pardal que alegra o dia, como as firmes raízes das frondosas árvores que nunca caem. E tudo que fora filosofado, se esvai no nascer de um novo dia.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pecados da vida.

As suas unhas frágeis
Correm pelo meu corpo
E abrem buracos em minha carne.
Elas quebram, sangram
Demonstrando a fraqueza de sua alma.

Sua matéria entristecida
É deposta no palco da vida,
Onde se julgam as falhas
Dos pobres que não sabem
Como é triste o silêncio.

E sob teu manto escarlate
Sua pele seminua,
Rompe a inocência do meu bel-prazer.
Caindo do céu
As maravilhas da Terra,
Onde almas penadas
Ainda sofrem as consequências
Dos pecados da vida.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Menina..

Menina, onde você está?
Seria no sorrir da lua?
Ou no mais profundo dos oceanos?
Seria no mais verde dos campos?
Ou será que está na mais deserta das ilhas?

Menina,
Seu olhar me fascina,
Assim como tudo em ti!
E dos seus olhos brilhantes,
Lembro-me daquela noite estrelada.

Seu rosto, seu sorriso,
A tudo que tens,
Menina doce,
Doce vida,
Doce menina!

                            http://mundiverso.wordpress.com/2008/08/15/o-olhar/

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amor de primavera


As lágrimas caem
Na primavera.
Quem dera
Se fossem tão belas.
Morrem as rosas
De tanto olhar
Para a paixão
Que não está
Do lado correto, 
No dia certo,
Na ponte escolhida,
Nos versos complexos.

Ah! o amor,
Sentimento incerto,
Leva paixões
Do beijo ao sexo.

Tua rima é sempre bonita,
Me perco no seu olhar,
As flores colorem meu dia,
Desejo te encontrar.
Mas o frio chegou
E com ele vem a dor
De perder o meu amor,
Acabou a minha primavera.

Ah! o amor,
Sentimento incerto,
Leva paixões
Do beijo ao sexo.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Longe das cintilações...

Lá longe das fronteiras do aceitável socialmente, longe dos faróis e faroletes, longe das pontes e construções, sinto-me em paz. A brisa macia acaricia meu rosto e a luz do luar refletida pelo mar faz pequenas cintilações chamando a atenção dos meus olhos.
A história se repetia mais uma vez, as pedras rolavam por entre o desfiladeiro, chegando enfim a praia deserta do meu refugio pessoal. Respira, expira... mas por algum motivo estranho, a figura feminina da delicada rosa pequena não sai da minha mente, quem dirá da minha alma.
Com as dores e pancadas estridentes que se faziam dentro da minha caixa cerebral, não podia mais pensar... meu refúgio natural esvaia pelas minhas mãos, pois sua poesia não fazia-me mais viajar pelas grades da canção bonita que esperava conquistar.
Minha pequena rosa se foi, pelo buraco entre meus dedos, escorreu-se sua alma, sua pele, minha felicidade. Ah! escolha incerta, com triste final. Acompanha-me pela vida inteira ou o restar de sua estada morada terrestre, pois levarei o mais puro amor, o mais puro desejo, o mais puro beijo, e dos meus lábios ainda molhados pelo sangue da queda e do fim escorre-se pela fina areia da praia que antes deserta, agora era ocupada pelo sujeito único... Eu...

Como dito, pequenas cintilações ainda se fazem em meu olhar, o qual cada vez que pisco fica mais embaçado, e mais embaçado, e mais embaçado...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Amor em Versos.

Os meus desejos, incertos, insanos,
Das armadilhas do tempo, do toque, distante,
Eu sou um louco, descrente, amante,
Que procura a vida, somente um instante.
Faz-me rir, faz-me ser,
O não fui, o querer,
Diz que já foi, que tu és,
Mas e depois do amar e sofrer,
Dizer não a dor,
Gritar e chorar,
Por amor.

Peço silêncio, um tempo,
Instante em que o tempo parou,
De contar os badalos do sino,
De compor as tragédias de amor.
Se eu sou o teu cravo, tua rosa,
Eu sou seu escravo em prosa,
Componho a tua poesia,
Sua rima de todo dia.

Eu sou o bem,
Você é o bem,
Nós somos o bem,
Contra a dor.
De hoje não passa,
De tanta desgraça,
Sofrer as maldades,
Do amor.

A dádiva do amor.


Menina dos olhos de mel,
Se põe no meio da roda,
Pareces minha rapunzel,
É doce clarear da aurora.
Aurora és o teu nome,
Morena que bem me quer,
Se banha na água doce,
Pequena, menina, mulher.

Pareces que fora outrora,
Primeira vez que lhe vi,
Sambando na roda morena,
Pra ti fora que eu pedi,
Morena se case comigo,
Lá perto as ondas do mar,
Lhe entrego esta aliança,
Com as benção de Iemanjá.

Eu sou, eu sou,
O amor, o amor.

Corre, corre sabiá,
Vai achar Iemanjá,
Leve a ela rosa branca,
Alfazema pra perfumar,
Fale a ela sabiá,
Que lhe tenho um pedido,
Que o meu amor dure tanto,
Quanto o mar e o infinito.

Sofrer da vida


Ah! O sofrer,
Sofrimento desatina na carne,
Ainda prematuro, romper de inocência,
Sonda maldade e despudor,
Corrói alma e desatina doença,
Sofre tudo, a toda hora,
Fere luz que vive interior,
Lança crucial, cravada no peito,
Espada flamejante de corte indolor.
Vida, vive, viver da carne,
Vida, vive, viver da alma,
Sois prisão da forma de espírito,
Lançada em vida de forma errada,
Sofres que o sofrer faz parte deste mundo,
Supera com força o todo e o tudo,
Somos o despertar da alma,
Acordar da vida,
Amor que excede a perda,
Que vive em todos de forma verdadeira,
Ama, a ti e aqueles que lhe cercam,
Supera os medos, a dor dos que se apegam,
Somos um mundo, que o impulsiona a vitória,
Suspirar profundo,
Ferida que dói e vai embora.

"Avua" Passarinho


Pássaro azul, sob o céu de estrelas, voa pelo mar brilhante, luzes que reluzem, enaltecendo a sutileza da noite.

 Menino pequeno, pobre garoto, consumido pela pobreza, no mundo de sofrimento, longe das fortalezas e perto dos sertões. Vive diariamente com a seca, falta água, sede mata, fere corpo, fere alma. Mesmo com falta de tudo, a poesia corria pelas veias do menino, sobrava esperança, pulsava vida, era um pequeno poeta, fazia graça com sua história, ria alto das suas peripécias. Num momento era rei, no outro astronauta, não lia, nem escrevia, mas falava e isso lhe bastava.

Andando pela estrada de terra, que ligava sua casa à mercearia da cidade, viu um pássaro azul, voando por entre as nuvens, isto bastara ao menino que, inspirado pela visão da natureza, logo disse ao vento que levou sua mensagem ao passarinho:





- "Avua" passarinho, livre da perdição do mundo "cruér",
"Avua" passarinho, tão belo da cor do céu.
Sorria passarinho, se um dia for como "ocê",
Seria passarinho, feliz por enfim poder viver.

domingo, 22 de julho de 2012

Margaridas batem a porta

Na noite escura, o breu toma conta das minhas angústias,
Não vejo o céu, não vejo o mar,
Sinto-me sufocado, sem saída, sem lar.
Corro minhas mãos pela madeira que me cerca,
Unhas que quebram, cheiro de terra.

Aos poucos pedaços de minhas lembranças
se fazem presentes em minha mente,
Choro, soluços, cansaço.

Ainda temeroso, sinto o puro e doce cheiro das margaridas,
Lembro-me da minha infância no campo sem fim,
Fecho os olhos, o medo desaparece.

Margaridas batem à porta, me fazem sorrir,
A morte se faz presente, meu corpo fica ausente.

Fim de laços, fim da vida,
E lá ficam as margaridas,
Sinto mais uma vez seu doce cheiro,
Levo em mim a lembrança,
E deixo na terra meu desespero.

Pesar da terra

Como és pesado, oh! mundo,
Dimensões gigantescas, és feito,
Arqueiam minhas costas perante ti,
És fonte e casa da vida,
Abriga-nos hoje e após a morte.
Ah! mundo imenso, faz-me ser pequenino,
Tal qual o pequeno menino,
Que longe de ti, fizera estes versos,
Voltou a ti, ao chão da terra,
Onde semeara, o trigo que será farinha,
O pão dividido a cada dia.
Ilumina-nos, oh! grandioso celeste,
Expandindo suas luzes,
Livrando-nos do frio.
Como és pesado, oh! mundo,
Disseram-nos, mundo de ilusões,
Passageiras, ser-lhe-ão,
Faz da Terra a morada,
Do velho, do jovem e do são.
Corrido, o tempo nos é tirado,
Da vida, do traço, ode ao bom menino,
Carinho da terra, do chão, sozinho.
Faça novamente teu encanto esplendor,
Das terras brasileiras, as quais verto tanto amor.
Longínquas eras de bem com o mundo,
Faça da Terra seu bem profundo.
Como és pesado, oh! mundo,
Como és pesado, oh! mundo.

Tristeza se faz em meu peito e felicidade é o que me espera...


Sinto um vazio em meu peito,
Vontade de largar o que me resta.
Sei que o final somente é feito,
Após passar do fator promessa.


A dor que estapeia minha face
É feita de inabilidade,
Conjunção do que é inábil,
Com a preposição da verdade.


Amargurar-me com a solidão
Não é a luz da qual preciso.
Sonhar com outra vida,
Somente traz dor e prejuízo.


Me apego com um objetivo,
Rota traçada no mapa que desenhei.
Estas palavras me trazem alívio,
Morfina que cessa as dores de que falei.


És tão cruel, oh! doce destino,
Pareces amigo, tal qual meu inimigo.


Caminho feito com trapos,
É a imagem do meu agora,
Feliz fico de imaginar,
A vida que me espera,
No fim da estrada sem volta.

"Destrói os males que me cercam"

Feixe de luz divino e sagrado,
Rompe as barreiras do profano,
Adentra em meu quarto,
À procura das sombras,
Presentes nos cantos obscuros,
Cercados do nada,
Que do nada causavam dor.
Sentimento estranho,
Presente em meu peito,
Chora lágrimas perdidas,
Do tempo desconhecido,
Da hora inalcançada,
Derramam flores os polens,
Que polinizam nosso jardim,
Figura estranha, causadora de estranhamento,
Dilui-se pelo feixe,
Presente na vida.
Somos agora dois,
Mais tarde seremos três,
Faz das grutas, cavernas,
Dos vales, florestas,
Das águas, bebidas,
E do amor, promessa.


Dorme agora,
Mais tarde não terá lembranças,
Episódio este passará,
Pelo sonho que tivera,
Antes de rezar.

Toda criança tem direito...


Num dia frio, ao passar pela estrada,
Vejo uma criança, triste e mal-amada,
Um anjo de Deus, a procura de carinho,
Sem la e sem comida, sem direito a um sorriso.
Largada como algo, um troço ou objeto,
Invisível ao mundo. Que fazia sem um teto?
A forma que esperava, por um pouco de amor,
Foi a forma que encontrara, para sentir-se com calor.

Nada no mundo é tão cruel,
Como ser uma criança, somente no papel,
Pois, se é que a vida um dia ajudará,
A pobre criança, que na estrada ficará,
Até a morte gélida, com ela por fim esbarrar.

Toda criança tem direito a vida,
Ser feliz, vinte e quatro horas por dia,
Ter uma cama quente e macia,
Ter o seu quarto e o amor de uma família,
Toda criança é uma anjo de Deus,
Que o Pai manda à Terra, não para sofrer,
Não para chorar, não para não ter,
Direito à vida, direito de amar.

Pois quando chega neste mundo,
Tem certeza que um dia importante será,
Encontra nos pais amor profundo,
Toda criança tem direito a vida e direito de amar.

Um homem pode sonhar em ter tudo...

Um homem pode sonhar em ter tudo,
Ter seu destino na palma das mãos,
Ter sucesso na vida, riquezas e prosperidade,
Ser o protagonista de sua própria peça.


Um homem pode escolher os caminhos que quer seguir,
Por honra e por brio,
Desafiar a si mesmo e melhorar sempre,
Com coragem e força.


Um homem chega ao fim da vida,
E enxerga o caminho que traçou,
A realização dos seus sonhos,
A conquista do seu destino.


Um homem pode sonhar em ter tudo,
E compreender que a vida não é feita só pra si,
O mesmo homem, não seria nada,
Se o fruto de seu amor não fosse,
A mão da mulher amada.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Devaneio sobre o fim!

Gangorra vai e vem, com o passar do vento, Maria não tem acento, discrepância lembra roubo, amor lembra amado, figura do passado. Grifo inconstante, mentira da amante, submissa e constante, loucura variante. Um copo meio cheio, vazio não lembra meio, assado, ao ponto, mal passado, cru e meio opaco, feitiço aprimorado, faz certo ou errado.

Sinos badalam, doze badaladas, bem-te-vi na escada, colibri em nevoeiro, colírio para espelho, antigo, ultrapassado, mal uso, mal-usado. Intriga, o mistério, sabido, foi incerto, capaz de maldizer, sofrido por temer. Cantiga de ninar, sortudo quem amar, embala o menino, sofrido, sentido. Marco inicial, lembrança do  mal, sentido oposto, a contragosto, desgosto.

Loucura é viver, num mundo desleal, tem medo ao perceber, foi tudo tão banal, do fim não levo nada, apesar de inteiro, sinto-me em pedaços, cacos, enfermo. Caligrafia não me importa, interessante é escrever, se não entende nada, tão pouco posso ler, enfim me encontrei, já na carta-despedida, sobretudo baseei, minha vida mal vivida, faz de conta de mentira, a verdade não encontro, o que sinto em minh'alma, figura baseada, em alegria que encanta, vida, oh! vida, vida de mentira.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Faz de mim...

Faz de mim, teu bem querer,
O que quiser, fazer.
Faz de mim, teu imortal,
O bem e o mal, final.

Quisera-me, teu véu ao leo,
Fizera-me, servo fiel,
Adiantaria, foste feliz,
Agradaria, meu bem me quis.

De tanto e tanto suplicar,
E nunca e nunca perdoar,
Me fiz escravo do teu ser,
Vivia pro teu bem querer,
Fui seu e não me arrependi.

Quisera-me, eu sou teu céu,
Fizera-me, lábios de mel,
Suplantaria a minha dor,
Longe de mim e sem amor.
Na porta fico a te esperar,
E nunca mais, te vi, chegar.
Faz de mim...
Faz de mim...
Faz de mim...






segunda-feira, 16 de abril de 2012

Com amor... Com carinho...

Sonhei contigo outro dia. Nele, você aparecia com sua beleza indescritível. 
Passa em minha mente um filme, lembranças do momento em que a conheci.
Sentimento passado, não condiz com o que sinto hoje por ti, afinal nossa paixão somente aumenta e felicidades compõem nossa história.


Sinto-me despreparado para ousar dizer sentimentos tão profundos, mas ao mesmo tempo, tenho medo de nunca poder me abrir para você. Dizia eu no passado que eras a flor mais linda que conheci, hoje sei que flores murcham e encontram seu fim, por esse motivo não a achamo mais de flor, mas sim de amor, pois o amor verdadeiro não tem final. Nestes dias de felicidade sinto que concretizo enfim um dos meus objetivos, encontrar a mulher de meus sonhos.


Querida, sonhas comigo, que sonharei contigo e com esse nosso amor finalmente encontrarei a felicidade verdadeira da vida.


Quero-te tanto que falta-me palavras para descreve-la.
Quero-te mais que a mil estrelas cadentes.
Se mil desejos pudesse fazer, a realização de meus sonhos seria a vida infinita ao teu lado,


Com amor...

Dói


A dor que chega agora é a mesma de antigamente,
Sofro nesta hora, sentido e descrente,
Descrente não em algo superior, nem em dor que pode suplantar o amor,
Porém de ver que o brilho que me acolhera, antagonizou a dor.


Passados dias a fio, lembrei-me que o facínora morreu,

Junto com aquele que antigamente escrevia, sonhava e sorria,
Homem mal, de más ações, cabe-te agora a escrita dos não sãos,
Cura-te, mostra o impensável que te torna único, são.


Dói...

Cerca-te de vida, cerca-te de amor,
Mas a escolha vivida me trouxe somente a dor,
Impensável o é viver das escolhas de outrem,
Inimaginável o é não ter opinião,
Escolhe o caminho que te faz bem,
Esta é a causa de nossas discussões.


Muda a discórdia dentro de teu mundo,

Aches a luz que te ilumina,
Por que tudo necessariamente precisa ser escuro e insalubre?
Dissolve este mal e segue teu caminho.


E se nada disto estiver certo, ao menos certifique-se de que o bem ampara-nos e o mal nos corrói...

domingo, 8 de abril de 2012

Sorria...


Seja o brilho além do horizonte,
A luz que permeia o universo,
Seja a fronte da felicidade,
O sonho de fazer o bem.

Ante a criação, demonstre que somos a perfeição do Pai em aprimoramento,
Ainda não somos perfeitos, mas um dia seremos.
Mostremos que a vida é o bem mais precioso que temos e que as boas ações independem de crença religiosa.
Amemos a todos e assim alcançaremos a meta mais importante de nossas vidas.

A oportunidade de ultrapassar os desafios se encontra diante de nós,
Temos sempre a chance de melhorar, de evoluir.
Sejamos a espada que clareia a escuridão,
Sejamos o machado que concretiza a justiça.

Marchemos afim de encontrar nosso eu interior,
Concretizemos o desejo de ser um vencedor,
Prosseguindo para o bem maior,
Sejamos a paz em meio às guerras.

Ampararemos aqueles que mais necessitem de nossa ajuda,
Sejamos a força que impulsiona a humanidade,
Tenhamos a fé de que um futuro melhor virá,
Lembremos das discórdias que causamos, afim de não cometê-las novamente.

Sorria,
Seja vida,
Seja amor,
Seja vitória,
Seja a ferramenta que impulsiona o mundo a evoluir...

SORRIA!!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Chamar-se-á Desilusão


Longe da civilização, estava eu entre as grutas de minh'alma. Somente assim poderei conhece-la, somente assim, terei paz para superar meus demônios.

Lugar escuro, até certo ponto tenebroso. Teria entrado eu no obscuro mundo de minhas dores? Não o sei. Sinto medo, calafrio que sobe pela espinha em direção a minha nuca. 


Não enxergava um palmo à minha frente. O frenesie já tomava conta de mim, quando por ventura do destino encontro um velho de aspecto calmo e tranquilo, junto a ele uma tocha que iluminava parte da gruta. Me apresento:

- Salve bondoso velho, dirijo-me a ti a fim de conhecer o fim desta desprezível escuridão. Muito prazer, Duque de Calvaga.
- Infelizmente não mudara - Disse ele a mim.
Sem muito entender o que disse, tornei a perguntar:
- Bondoso senhor de aspecto gentil, não saberia me informar a saída de tal treva?
- Agora tenho aspecto gentil? - Após tal pergunta riu alto, um eco tomou conta da gruta. Enfim continuou. - De que vale teus títulos aqui dentro deste recinto? Não me importa se és Duque, Conde ou Rei, para mim continua sendo um pobre mortal. Porém se chegou até aqui, motivos há de ter. Diga, o que o traz até aqui e se entrara por boa vontade por que quer sair?

Naquele momento fiquei nervoso. Porém tentei não demonstrar. Como podia o velho me tratar daquele jeito, afinal eu era Duque, tinha minhas riquezas, a vida e o poder que muitos queriam e não tinham. 

- Na realidade, entrara por curiosidade, dormi noite passada e quando acordei me deparei com a entrada desta gruta, nada ao meu redor, somente uma estranha sensação que me dizia para entrar. Pois bem, entrei e me perdi. Não sei se isto é um sonho, ou melhor, pesadelo. Me diga velho, quem és? - perguntei eu, já receoso com a resposta que viria.
- Eu sou tua moral, eu sou tua consciência. Fui abandonado aqui, na mesma época que tu fora saudado com o título de Duque. - disse o velho com ar de tristeza. 
- Estou sonhando - disse eu com ironia
- Não, na verdade teu corpo dorme, mas teu espírito fora trazido aqui, para tentar reconciliar-se com tua moral, deixada de lado, coberta pelas trevas de tua ignorância, dentro desta gruta que tu mesmo citara como sombria. Formada pelas trevas em teu coração, foi o único lugar que encontrei para morada. Sinto te  informar que teus títulos e tuas riquezas não o fizeram mais do que nenhum homem. Sinto te informar que tuas atitudes insensíveis que mataram centenas de aldeões, não o fizeram melhor aos olhos dos céus.

Nesta hora, pairava em minha mente as atrocidades que permiti e aquelas que ordenara. Senti-me culpado, mas não via como me refazer como pessoa. Pedi perdão.


- Sentiu a ferida abrir-te o coração. Reconhecera suas dívidas. Mas não ache que ficará somente por isso. Pagará a tua divida. - disse minha consciência.


Chorei. Sofri pelo monstro que me tornei. Pela vida de ilusão que fizera para mim.

Desiludido e já sem forças, caí ao chão...

- Meu Deus. Que pesadelo horrível. Poderia eu estar ficando louco? Ah! pura bobagem...


quarta-feira, 21 de março de 2012

Saudosa salvação...


Antes mesmo do fim do dia, lá estava eu a pensar sobre o ocorrido...
Nada mais importava e minh'alma era corroída por estranha sensação.

Saudosa salvação me veio à mente,
minhas metas, meus planos seriam a fonte de meu aprimoramento,
não mais sofrerei pelas causas que fiz,
não mais serei culpado pelos acontecimentos que fizeram parte da minha vida.

Sinto-me melhor, recupero o ar!

Afasto-me então das dores e vivo da saudosa salvação oferecida a mim...
Fizera-me de escravo, hoje sou soberano.
Se antes fosse assim, oh! desdém da alma que corrói o sentimento de amor.
Oh! Doce amargura que sinto, não se compara ao café amargo que desse pela garganta.

Faço melhor, sem tua bondosa salvação, seria eu novamente errado nesta terra,
hoje sei que nada me fizera mais feliz que ver que errara.
Atos mundanos de força além de minha ocupação,
saiba que fizera um mapa predizendo  atitudes, e nada me separara da minha missão.

Sonho que um dia possa fazer a diferença,
mas penso ainda ter de provar que faria certo,
tentações não me faltam nesta vida de provações,
malefício que adoece na fronte de meu ser.

Quisera enfim dizer que minhas expectativas foram alvo da loucura,
triste desprazer é encontrar-se como destino, esperando que o mundo se acabe,
e num entrelaçar de razão e fé, digo alto, aos quatro ventos,
levem embora meu desprazer, levem embora minha solidão,
deixem enfim o meu ser, viver e pensar com o coração.